segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sem ela


Já se passaram anos desde o dia do dia mais triste que eu já vivi. Ninguém percebe, mas desde ali eu nunca mais fui a mesma. Não por causa da dor, nem daquele buraco imenso que tomou conta, mas pela falta de luz. Apagaram a lâmpada principal, e eu nem tinha acabado de ler a história, na verdade eu nem tinha terminado de escrevê-la, era muito mais um ensaio, interrompido sem nenhum motivo aparente. Não há explicação. A história acabou assim, antes do final feliz ensinado nos contos infantis.
Agora tem uma angústia, uma dor bem doida e profunda, um vazio que às vezes eu chamo de saudade, mas na maior parte do tempo não tem nome e me acompanha diariamente. Saudade dela. Quanta saudade. Quanto amor. Nada de sentimentos inventados que começam nas sextas e terminam nos domingos à noite. O amor na sua forma mais sincera. O amor que coloca no colo, entende o olhar, briga e mostra que tem razão. O amor eterno, e só por isso maior que a dor de ser, mas não estar.
E ainda tenho tanto pra falar pra ela (confesso que às vezes falo mentalmente). Tanto pra ouvir... A vida estava toda ali até não estar mais. Eu estava toda aqui até ser levada junto com ela em doze de abril de dois mil e sete.
Fica a sensação de que seria tudo diferente.
Fica o choro nas madrugadas.
Fica o vazio da casa, sem seu elo mais forte.
Não dá pra pensar em como vai ser amanhã. O caminho é conseguir sorrir para o dia hoje, e ver o que mais tem pra ficar. Já que nada nos salva da vida, muito menos da morte.

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