sábado, 2 de maio de 2015

Retorno

Por João Paulo Vieira

De volta estou à vida de poeta
De amores inalcançáveis,
Donzelas inatingíveis,
De tempo posto em prova
E prática.
Aqui estou!
Jamais se apaixone.
Pregava o homem sábio
(que morreu do fígado)
Não gaste suas primaveras
Amando as belezas que se esvaem
Fossem eternas as coisas, amasse!
Mas fogem elas noite adentro
Calando todos seus caprichos.
De volta estou ao ofício dos que esperam
Toco as coisas que me tocam
E amo a cada um, por si
Mas amo ainda mais aquele que grita,
Com bárbaros doces gestos,
Dentro dos meus pensamentos,

A minha solidão inteira.

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