Por João Paulo Vieira
Da cor dos seus
cabelos
é o sentimento
que agora me povoa e desafia.
Do tamanho dos
seus olhos.
Soube por mim e
por todos
que meu fardo
era a minha falta de lucidez.
Não fui capaz de
ver você sem ver a mim
(Sonhamos
acordados)
Mas ambos sabemos que o
amor é sobre si.
Eu sei.
Tento em vão te
deixar perto
quando os
abismos que crio nos separam.
Escolho.
Te escrevo e te
guardo na memória,
que é onde eu
deixo a beleza
e as coisas
que não entendo.
Pela janela do
quarto
conto os motivos
pelos quais me dói a ingratidão dos seus detalhes.
Perdôo.
Mas dentro de
mim o que é seu já me pertence.
Luto contra o
que em mim floresce
e vivo a
estupidez dos cegos.
Queria ver o que
os seus olhos vêem.
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