A gente nunca esquece nada. Na
verdade fica tudo escondido. Algumas coisas mais visíveis outras quase
desaparecidas, mas ainda e sempre ali. Porque a gente sempre acha que vai
precisar, ou pior, acha que vai esquecer. O que se viu, sentiu, provou, chorou,
riu, lamentou, encontrou... Tudo ali. Tudo aqui. Pra sempre. Até que um
acontecimento qualquer faça emergir um tanto empoeirado, ou ainda doloroso, ou
colorido demais, cheio de uma vida que não é mais a sua...
Ninguém escapa de sentir mais uma
vez. Mesmo que já não tenha o mesmo significado ou intensidade, essa tal
memória, que serve muito mais como escudo, fatalmente nos atinge só pra mostrar
que é forte e infinita.
Se com uma vela acesa muita coisa
do lugar mais escuro da memória já aparece de novo, que nunca, em nenhum
momento da vida, se acenda um holofote a menos que se pretenda enlouquecer.
Me lembrou Caio Fernando Abreu:
ResponderExcluir"Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo. O que vem depois, não se sabe."
Lindo texto, xuxu!
Ô NEGA
ResponderExcluirEsse texto é tão tão lindo, ai <3