Comece pelo começo.
Não parece óbvio? Nada é óbvio até que você decida que é. Então, só pra constar, eu queria mesmo era poder começar pelo fim. Não é no fim que as
coisas se resolvem? Não é no fim que, como contam os contos de fadas, se é
feliz para sempre? Há maior contradição? Ser feliz pra sempre, quando acaba a
história. Então o fim é ser feliz, ou sendo ainda mais otimista, ser feliz é o
fim. O fim de tudo e de todas as histórias. Essa tal felicidade.
Ninguém se preocupa em ensinar o quanto de dor existe entre
as gotas de alegria que vez ou outra caem sobre as cabeças tão cheias e
engajadas na busca incessante pela felicidade, e que às vezes nem aproveitam o
“estar feliz” que, aliás, é muito mais comum que o “ser feliz”. Isso de doer se
aprende sozinho chorando no escuro das madrugadas silenciosas e sempre
cúmplices. E quantas dessas se enfrenta só para conquistar um pouco de
felicidade? Porque diferente da dor a felicidade não deixa cicatriz e é,
portanto, muito mais facilmente esquecida. O “estar feliz” de ontem já não
serve mais, e a procura não acaba nunca.
Não raro, só pra mostrar que a vida não é como os contos de fadas, a
história acaba sem final feliz. E de repente feliz mesmo tenha sido o início,
mas quem percebeu?
Comece sendo feliz,
todo o resto é o fim. Me parece um conselho mais sensato.
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