Diz-se do que não tem remédio: remediado está.
Não serei eu mesma a personificação da remediação? Não é
essa criatura que escreve o que vive e o que sente a visão perfeita do que não
tem remédio?
Porque não tem remédio não quer dizer que não tenha cura.
Mas sem ele a recuperação demora um pouco mais. E as enfermidades vez ou outra ficam reverberando na mente, molhando
as noites, o rosto, o travesseiro, o retrato
em 3x4 da moça que nasceu em 1966, que costuma ficar na carteira.
É que a vida não tarda em ser breve.
É que o coração, se
pudesse pensar, pararia. Como o Fernando Pessoa disse muito bem.
Porém, ainda que em letras miúdas, quem tem voz já marcada por aqui é
Drummond. E ele não deixa esquecer:
Mas você não morre,
Você é duro, José.
E cá estou eu sendo José. Aguardando o remédio e marchando.
José, para onde?
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